sábado, 27 de setembro de 2025

Onda bolsonarista perde força após condenação, avalia cientista político

 

👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀

A ascensão do fenômeno político liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, classificado como “populismo de direita” pelo cientista político Gabriel Rezende, demonstra sinais de enfraquecimento. Em entrevista, Rezende, doutor pela PUC-Rio, avalia que a recente condenação de Bolsonaro e a atuação do Judiciário no enfrentamento de tendências autoritárias colocam o movimento em uma rota decrescente.

Rezende, que lançará o livro A ascensão do populismo de direita no Brasil em outubro, explica que o populismo é um fenômeno político que emerge em momentos de crise. Ele identifica o bolsonarismo como a quarta onda populista do país, impulsionada pela “tempestade perfeita” das crises política, econômica e social entre 2013 e 2016.

Características do Populismo de Direita

O especialista caracteriza o populismo como uma ferramenta de representação que surge em processos de crise da democracia. Para ser enquadrado, o fenômeno precisa de:

Uma figura central carismática que agrega as insatisfações sociais.

Um discurso que se baseia no antagonismo dicotômico entre “o povo” e “a elite”.

Uso de narrativas nacionalistas (como Make America Great Again) e religiosas (como “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”).

Uso estratégico das mídias sociais.

No Brasil, o populismo de direita se diferenciou do populismo de esquerda (ou “onda rosa”) ao focar em pautas conservadoras e morais e ao se posicionar como antissistema e defensor da moral e ética na política.

Cinco Pilares do Bolsonarismo

Gabriel Rezende identificou cinco elementos estruturais que permitiram a ascensão e a mobilização do bolsonarismo entre 2016 e 2022:

Lavajatismo: O movimento se alinhou à pauta moral e ética na política, com destaque para a figura de Sergio Moro.

Evangélicos: A habilidade em mobilizar e usar narrativas conservadoras junto às lideranças evangélicas, que representam um eleitorado expressivo.

Agronegócio: O setor econômico abraçou a campanha, obtendo respaldo em pautas como a relação com a invasão de terras.

Mídias Digitais: O uso estratégico e habilidoso das redes sociais para mobilizar pautas e o eleitorado.

Militares: A aproximação com os militares como forma de moralizar a política, com a presença de membros nos escalões do governo.

O Papel do Judiciário

O cientista político avalia que o Poder Judiciário no Brasil, especificamente o STF, cumpriu o papel de guardião da Constituição e se tornou o único poder capaz de se contrapor de forma efetiva ao governo Bolsonaro. Ele vê a atuação da Corte como “responsiva”, motivada por demandas que o Executivo e o Legislativo não conseguiram resolver.

Rezende destacou que as recentes tentativas da extrema direita, como projetos de anistia e a PEC da Blindagem, são respostas ao julgamento do STF contra os acusados pela tentativa de golpe de Estado. No entanto, ele nota que o efeito tem sido contrário: a PEC, por exemplo, não foi bem recebida, por ir contra a própria pauta de “lei e ordem” pregada pelos congressistas.

Futuro do Movimento de Extrema Direita

Questionado sobre o futuro, Rezende aponta para o enfraquecimento político do populismo de direita com a condenação de seu principal líder. A proibição de Jair Bolsonaro dar entrevistas, por exemplo, retira a voz de uma figura central do populismo.

O momento atual é de rearranjo político, com outras figuras — como Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Silas Malafaia — tentando disputar o legado do movimento. Ao mesmo tempo, o presidente Lula não tem uma figura clara para sua sucessão na esquerda. “Abre-se um flanco muito grande de quem vai disputar o legado desse populismo”, concluiu Rezende, ressaltando que o cenário de 2026 está aberto.

Veja mais notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Irmão caminhoneiro acabou de confirmar agora! O Brasil vai para o chicote estralou com força

  👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀👀