quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Como a série Tremembé virou um 'castigo eterno' para Suzane von Richthofen

 

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Mesmo antes da confirmação de uma segunda temporada, Tremembé já expunha como a punição de Suzane von Richthofen transbordou os 39 anos determinados pela Justiça. A série do Prime Video funciona como a ponta de um iceberg muito mais profundo --um fenômeno em que não apenas ela, mas até pessoas que jamais cometeram crime algum, já não conseguem acessar o direito ao esquecimento.

O chamado direito ao esquecimento é a ideia de que uma pessoa envolvida em um fato antigo, especialmente um crime ou episódio traumático, possa deixar de ter sua história constantemente reexibida, explorada ou associada ao seu nome depois de cumprir sua pena ou superar aquele momento. Em outras palavras, é a tentativa de impedir que o passado vire uma condenação perpétua --mesmo quando a Justiça já considerou o caso encerrado.

Suzane chegou a mudar de nome --incorporou o sobrenome do atual marido e o de uma avó--, mas continua no centro das atenções. Foi fotografada no primeiro dia do curso de Direito, teve sua tentativa de ressocialização com um ateliê de sandálias transformada em meme e jamais conseguiu existir fora dos holofotes.

Surge então a pergunta: se alguém já cumpre pena por um crime, não deveria ter o direito de não ser condenado novamente pela opinião pública? Hoje, o STF (Supremo Tribunal Federal) considera o direito ao esquecimento inconstitucional por entender que ele fere a liberdade de expressão e o direito à informação.

Ainda assim, há decisões pontuais que concederam proteção a indivíduos que alegaram exposição excessiva, uso comercial indevido da imagem ou associações equivocadas que ultrapassaram os limites do interesse público.

Até alguém como Suzane merece justiça?

Essa é uma discussão que rende posicionamentos acalorados. Alguns defendem que Suzane não merece qualquer colher de chá, dada a brutalidade e a premeditação do crime contra os próprios pais; outros reforçam que a Justiça deve se orientar pelo princípio da isonomia, independentemente da comoção que cada caso desperta. Um debate complexo e sem respostas confortáveis de nenhum ponto de vista.

Há ainda quem defenda que séries como Tremembé não são danosas à imagem de condenados como Suzane. Pelo contrário, dão uma visibilidade que não merecem. Transformam até os piores criminosos em ícones.

Essa foi uma crítica feita até com certa frequência sobre a primeira temporada de Monstro (2022), da Netflix, em que o showrunner Ryan Murphy foi acusado de romantizar a história de Jeffrey Dahmer (1960-1994). E, mais do isso, de tirar o direito do esquecimento das famílias das vítimas.

Se Suzane não pode ser esquecida, esse direito também é negado ao irmão dela, Andreas von Richthofen, que já se mostrou bastante incomodado com o assédio da mídia. Essa atenção redobrada o impediria, por exemplo, de elaborar ou mesmo de recalcar o trauma da morte dos pais.

Jamais seremos esquecidos

Outro ponto importante nessa discussão é que qualquer pessoa, não só um criminoso como Suzane, vem perdendo o direito ao esquecimento. E não é de hoje. Desde o Orkut, havia comunidades criadas especificamente para se bisbilhotar o perfil de pessoas que haviam morrido --com maior atenção para os casos mais trágicos.

Em um mundo em que tudo é registrado, das câmeras de vigilância às redes sociais, é possível sumir? Ou, pelo menos, ser esquecido? Tremembé mostra que, daqui para a frente, desaparecer sem deixar rastros vai ser um privilégio para poucos.

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